Intercooperação para o controle da cigarrinha do milho

23, Dez de 2022

Copasul, C.Vale, Coamo e Lar participaram de transmissão ao vivo no canal Notícias Agrícolas para falar de estratégias de combate a uma das principais pragas da safrinha

Nesta quinta-feira, 22, quatro das maiores cooperativas agroindustriais do Brasil - Copasul, C.Vale, Coamo e Lar - participaram de uma live no canal Notícias Agrícolas para falar dos impactos que a cigarrinha trouxe para a última safrinha de milho e também dar dicas de controle estratégico da praga. Ao todo, os associados das cooperativas (71,5 mil produtores de MS e PR) têm uma área cultivada de 7 milhões de hectares de soja, colhendo um total de 203,8 milhões de saca, e 4,5 milhões de hectares no milho 2ª safra, colhendo 146 milhões de sacas, o que representa cerca de 10% da produção de soja e também de milho do Brasil. As áreas são atendidas por um corpo de quase 750 técnicos das 4 organizações.

Além do mediador, o jornalista João Batista Olivi, fundador do Notícias Agrícolas e apresentador do programa Tempo & Dinheiro, integraram a transmissão quatro representantes das cooperativas - o gerente técnico da C.Vale, Carlos Konig, o coordenador técnico da Lar Cooperativa, Deivid Nazário, o gerente técnico corporativo do departamento agronômico da Copasul, Anderson Guido, e o gerente de assistência técnica da Coamo, Marcelo Sumiya.

No início da transmissão, o agrônomo Anderson Guido, gerente técnico da Copasul, disse que a safrinha se desenvolvia com boas condições climáticas para alta produtividade, mas que a cigarrinha acabou frustrando a colheita. De acordo com ele, o resultado ruim da última safra de soja acabou descapitalizando os produtores, que tiraram os investimentos na proteção da lavoura. Assim, o nível de pressão das pragas, de um modo geral, aumentou para a segunda safra. Em seguida, Guido destacou que o agricultor deve manter o nível de controle mesmo após colheitas desfavoráveis, como foi o caso da soja 21/22. 

Nesse sentido, o gerente técnico da C.Vale, Carlos Konig, apontou que a solução passa pelo compartilhamento de responsabilidades. Ou seja, todos os produtores de uma determinada região devem fazer o manejo da praga. 

CUIDADO COM O MILHO TIGUERA E MAIS ESTRATÉGIAS

Os participantes da live foram unânimes ao falar sobre a importância do controle do milho tiguera na safra de verão. As plantas podem ser responsáveis por dar sobrevida à cigarrinha em meio à lavoura de soja e aumentar a pressão sobre a safrinha. "Quando nós fazemos um bom controle do milho tiguera, nós já evitamos essa multiplicação e essa contaminação dessa cigarrinha pelo molicutes", ressaltou Carlos Konig, da C.Vale.

Para saber quais são as estratégias que os produtores da região estão utilizando para minimizar os impactos da cigarrinha, Marcelo Sumiya, da Coamo, recomendou que os cooperados busquem o departamento técnico das cooperativas.

Deivid Nazário, coordenador técnico da Lar Cooperativa, emitiu sua opinião sobre a necessidade de criar uma nova lei para regular o controle da cigarrinha. O especialista rejeitou uma lei como a melhor solução e disse que resolver o problema passa pela iniciativa do agricultor. “Muitas vezes a agricultura é mais reativa. É o que a gente está sendo com a cigarrinha. [...] A gente pode agir independentemente se for por lei ou não. É esse o convite que a gente está fazendo aqui", complementou.

Já em suas considerações finais, Anderson Guido, da Copasul, resumiu as possíveis estratégias discutidas que podem minimizar os ataques de cigarrinha. "A destruição de milho tiguera, a escolha de híbridos tolerantes [...], controle químico associado com o biológico", sintetizou. 

RECONHECIMENTO

Ao longo da transmissão de mais de 1h40, compartilhada nos canais Notícias Agrícolas pelo Youtube e também Twitch TV, os produtores puderam enviar suas perguntas e ainda elogiaram a iniciativa. 

O presidente do Conselho de Administração da Copasul, Gervasio Kamitani, enviou seu comentário. "Parabéns pela iniciativa. A praga não escolhe quem contaminar, afinal somos todos produtores. E o que vale é essa intercooperação. Parabéns a todas cooperativas!", registrou Kamitani.

"Parabéns às coops presentes no MS pela iniciativa. Ação necessária devido à complexidade da praga e seu potencial de dano. Pensar no sistema como um todo e todos envolvidos fazerem a sua parte", escreveu Ramiro Criveletto.

"Parabéns, foi muito produtivo, estou satisfeito em aprender com todos!", comentou Moyses de Almeida.

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